UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Daniela de Almeida Nascimento
Titulo Carolina Maria de Jesus e a escrita de si como lugar de memória e resistência
Orientador(a) Paulo Cesar Andrade da Silva
Data 29/07/2020
Resumo Resumo: Carolina Maria de Jesus surge nas letras brasileiras com a publicação de Quarto de despejo: diário de uma favelada, em 1960. Para a autora o sucesso comercial do livro publicado indicava sua integração ao campo literário e reconhecimento de sua escrita. Para a crítica especializada, o diário carecia de consistência literária e constituía mero documento factual produzido por uma “favelada” – epíteto determinante na recepção da sua obra. Em toda sua escrita autobiográfica, Carolina de Jesus desafia o discurso redutor e inscreve-se como autora da sua própria história, construindo textualmente sua identidade múltipla e multifacetada. Este trabalho propõe um estudo analítico de Quarto de despejo (1960), Casa de alvenaria (1961) e Diário de Bitita (1986) a partir de uma discussão das possibilidades dessa escrita situada entre o discurso referencial, memorial e ficcional (CANDAU, 2011; CARLOS e ESTEVES, 2009; JOZEF, 1997; LEJEUNE, 2014). Além disso, analisamos a questão de identidade e autodefenição que consiste tanto da sua dimensão individual, de tomada da palavra e de se tornar sujeito do seu próprio discurso quanto pela dimensão coletiva, em seu caráter revisionista em termos de história, memória, identidade, cultura, discurso e episteme (EVARISTO, 2008; FANON, 2008; KILOMBA, 2019b).
Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus; autobiografia; memória; identidade.

Abstract: Carolina Maria de Jesus emerges in the Brazilian literary scene with the publication of Quarto de despejo (Child of the dark) in 1960. For the author, the commercial success of the published book indicated her integration to the literary field and an acknowledgement of her writing. For the specialized critic, the diary lacked literary consistency and consisted of a mere factual account produced by a “favelada” – a determining epithet in the reception of her work. In all her autobiographic writing, Carolina de Jesus defies a reducing discourse and inscribes herself as the author of her own story, building textually her multiple and multifaceted identity. This work proposes an analytical study of Quarto de despejo (1960), Casa de alvenaria (1961) and Diário de Bitita (1986) based on a discussion of the possibilities of this writing situated between the referencial, memorial and fictional discourse (CARLOS e ESTEVES, 2009; JOZEF, 1997; LEJEUNE, 2014). Besides that, we analyse the identity and self-definition issue that consists both of its individual dimension, of speaking out and becoming a subject of her our discourse, and of its collective dimension, in its revisionist character in terms of history, memory, identity, culture, discourse and epistheme (EVARISTO, 2008; FANON, 2008; KILOMBA, 2019).
Key words: Carolina Maria de Jesus; autobiography; memory; identity.
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara