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Aluno(a) |
Fernanda Barini Camargo |
Titulo |
NA SANTA, A DEVASSA: figurações do feminino em Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís |
Orientador(a) |
Profa. Dra. RENATA SOARES JUNQUEIRA |
Data |
20/12/2017 |
Resumo |
A obra do longevo cineasta português Manoel de Oliveira (1908-1922) constitui um grande tributo à arte. Ao longo de sua carreira, o cineasta desenvolveu um cinema de relação visceral com a literatura em seus mais diversos gêneros, homenageando escritores portugueses e estrangeiros. Dentre as parcerias fundamentais para o entendimento de sua ficção está aquela que estabeleceu com a escritora Agustina Bessa-Luís (n. 1922), da qual resultou um trabalho criativo vulcânico, embora nem sempre concordante. Certamente, o elo mais significativo entre as páginas da romancista e a tela do cineasta é o protagonismo de personagens femininas enigmáticas, cujas figurações assumem ora a máscara da santa, ora a da devassa. Assim, um estudo comparativo entre um díptico de Manoel de Oliveira, composto pelos longas-metragens O Princípio da Incerteza (2002) e Espelho Mágico (2005), e os seus respectivos textos de origem, Joia de Família (2001) e A alma dos ricos (2002) é o escopo deste trabalho. Pretendemos investigar a construção de sentidos orquestrada pela tradução intersemiótica do cineasta na (re)elaboração de suas personagens femininas, considerando as relações, que sistematicamente se estabelecem, na sua obra, entre cinema e literatura. A escolha do corpus a investigar justifica-se pela relevância do jogo de espelhos que os dois filmes, interligados, propõem: as protagonistas femininas (interpretadas por Leonor Silveira e Leonor Baldaque, musas do cineasta) oscilam entre a figura da santa e a da devassa alternadamente, constituindo deste modo uma espécie de síntese da concepção do universo feminino que perpassa muito significativamente todo o cinema de Oliveira desde O passado e o presente (1972).
Palavras-chave: Manoel de Oliveira; cinema; literatura; Agustina Bessa-Luís; personagens femininas; estudos interdisciplinares.
ABSTRACT
The long-lived Portuguese film-maker Manoel de Oliveira’s oeuvre constitutes a great tribute to art. Throughout his career, the film-maker developed a literature-strongly-related cinematographic work, exploring various literary genres as well as honoring Portuguese and foreign writers. Among fundamental partnerships for his fiction understanding, there is the one estabilished with the novelist Agustina Bessa-Luís, from which resulted a creative volcanic work, though not always in agreement. Certainly, the most meaningful link between the novelist’s pages and the film-maker’s screen is the enigmatic female characters’ protagonism, whose archetypes assume either the female mask of the innocent, or the mask of the lover. Thus, a comparative study between a Manoel de Oliveira’s diptych, composed by the feature films The uncertainty principle (2002) and Magic mirror (2005), and their respective source novels, Joia de Família (2001) and A alma dos ricos (2002) is the aim of this work. We intend to look into their meaning-making, orchestrated through the intersemiotic translation by the film-maker in his own female characters’ (re)creation, considering the relations that systematically estabilish in his work between cinema and literature. The choice of the corpus to research is justified for the relevant set of mirrors which the two films, linked, propose: the female main characters (played by Leonor Silveira and Leonor Baldaque, the film-maker’s muses) alternately oscillate from the female archetype of the innocent up to the female archetype of the lover, constituting a sort of synthesis on the female universe conception that meanignfully crosses Oliveira’s whole film work since Past and present (1972).
Palavras-chave: Manoel de Oliveira; cinema; literature; Agustina Bessa-Luís; female characters; interdisciplinary studies.
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Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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