UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Rafael Trindade dos Santos
Titulo Transposição de metros clássicos em Língua Portuguesa: histórico e estudo do caso das Odes e elegias, de Magalhães de Azeredo
Orientador(a) prof. Dr. Brunno Vinicius Gonçalves Vieira
Data 30/04/2014
Resumo Este trabalho analisa as Odes e elegias, livro de poemas de Carlos Magalhães de Azeredo (1872-1963), publicado em 1904, focando em sua tentativa de transposição dos metros clássicos gregos e latinos para a língua portuguesa. Magalhães de Azeredo foi o mais jovem fundador da Academia Brasileira de Letras, e procurou imitar, em seu livro, os versos das Odi barbare, do italiano Giosuè Carducci (1835-1907). Carducci chamava a seus versos metros bárbaros, por contraste com os versos clássicos que imitara. Sabe-se que a métrica utilizada por poetas e tratadistas da Antiguidade baseava-se em características fonológicas e prosódicas das línguas latina e grega que não se encontram mais nas línguas românicas. Assim, toda tentativa de transposição desta métrica em português — uma língua românica — é um problema que exige algum artifício poético como solução. O que se entende por metro clássico em cada época e círculo literário define as condições de recepção dos poemas gregos e latinos nos mesmos círculos; influi, por consequência, na elaboração dos sentidos que vão ser atribuídos à estrutura formal dos poemas. A análise de Odes e elegias, portanto, abrange suas condições tanto quanto seus resultados: não apenas qual foi sua proposta métrica, mas por que se propôs, ao que atenderia tais propostas, qual o contexto de suas tentativas de transposição da métrica clássica. Nesse sentido esse trabalho se propõe a contribuir com um campo de investigação que tem merecido um interesse crescente no Brasil, qual seja os estudos de história da tradução e da recepção dos clássicos, o que tem condicionado também um aumento de interesse na história das estratégias formais em tradução de poesia antiga.

Palavras-chave: Carlos Magalhães de Azeredo (1872-1963); Métrica; Recepção da poesia clássica.


ABSTRACT

This work analyzes Carlos Magalhães de Azeredo’s 1904 Odes e elegias, focusing on his transposition of classical meters to Portuguese. Magalhães de Azeredo (1872-1963) was the youngest founder of the Academia Brasileira de Letras (Brazilian Academy), and he emulated, in his book, the verses of Giosuè Carducci’s Odi barbare, made in what Carducci (1835-1907) called barbarian meters, contrasting with the true classical verse. It is widely known that ancient metrics was quantity-based—which is to say that it was grounded on Greek and Latin phonological and prosodical features alien to Romance languages. Therefore, every Assim, every attempt to transpose its meters to Portuguese demands some poetic device to make it work. What, in time and space, is understood as classical meter defines the conditions of ancient poetry reception in literary circles; it has an influence, so, in the meanings attributed to the poems’ formal structure. Odes e elegias, then, is to be analyzed in a way that keep in mind conditions as well as results: not only what was the metrical contract, but why was this contract proposed, what demands this contract, and what is its context. In this way, this work aims to add to an interesting and new field of investigation in Brazil: the studies on classics’ translation and reception. These studies are conditioning a crescent interest on the history of formal strategies to translate ancient poetry.

Keywords: Versification; Carlos magalhães de Azeredo (1872-1963); Classical poetry reception.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara