UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Julia Mara Moscardini Miguel
Titulo A Dramaturgia de Lea Loher na peça Inocência: o hibridismo teatral na cena contemporânea
Orientador(a) Profª Drª Elizabete Sanches Rocha
Data 26/02/2014
Resumo Dea Loher, dramaturga alemã, propõe discutir questões pós-modernas através da literatura, recorrendo a estéticas dramáticas diversas que dialogam com o teatro épico e os efeitos de distanciamento brechtianos, assim como alguns recursos da estética pós-dramática. Junto a esses conceitos teatrais, Loher adota da física quântica o Princípio da Incerteza, do físico Heisenberg e técnicas cinematográficas do grupo “Dogma-95” para mostrar no palco a política de forma desfocada com quebras e interrupções fílmicas a fim de proporcionar ao público a possibilidade de reflexão ao tirar do espectador uma visão privilegiada. Em sua peça mais complexa, Inocência, Loher apresenta um drama com essas características, revelando o retrato de uma sociedade onde as pessoas vivem em busca de sentido para as próprias vidas tendo que lidar com temas como morte, abandono, fé, Deus, dinheiro, preconceito e amor com o objetivo de refletir sobre os problemas da sociedade pós-moderna, a falência das metanarrativas e do projeto de emancipação humana e a ascensão dos simulacros. A dramaturga faz esta proposta ao seu leitor, optando por um drama cíclico de caráter episódico aparentemente cronológico, revelando no decorrer da história um colapso espácio-temporal. Esta retomada de elementos estéticos caracteriza-se por um hibridismo da forma teatral que afasta Loher do épico e do pós-dramático, e a aproxima da teoria de rapsódia do teórico francês Jean-Pierre Sarrazac. Trata-se de uma estética de formas livres e transcendentais aos gêneros. Em Inocência, Loher cria um caleidoscópio estético para dar forma ao teatro político que faz mais sentido à dramaturga.

Palavras-chaves: Teatro Político. Teatro Épico. Estética Pós-Dramática. Teatro Híbrido. Pós-Modernidade. Drama Episódico.


ABSTRACT

Dea Loher, German playwright, proposes the discussion of post-modern issues through literature, using different dramatic aesthetics that may dialog with epic theater and Brechtian distancing effects, as well as several post-dramatic resources. Together with these theatrical concepts, Loher adopts from Quantum Physics the Uncertainty Principle by the physicist Heisenberg and also some cinematographic techniques by the group “Dogma-95” to show on stage politics in a blurred way with filmic breaks and interruptions in order to provide the audience with the possibility of reflection as she takes away from the spectator a privileged view. In Loher’s most complex play, Innocence, the playwright presents a kind of drama with all these characteristics revealing a portrait of a society where people live searching for a meaning for their own lives having to deal with themes such as death, abandonment, faith, God, money, prejudice and love with the objective of reflecting on the problems of the post-modern society, the falling of the metarratives and the project of human emancipation and the rising of simulacra. The playwright proposes this to her reader, opting for a cyclic and episodic drama that is apparently chronologic, but that reveals throughout the story a collapse of space and time. This resumption of aesthetics elements reveals a certain hybridism of the theatrical form, which deviates Loher from the epic and the post-dramatic and approaches her to the rhapsodic theory from the French theoretical Jean-Pierre Sarrazac. It is a free form aesthetic which transcends the genders. In Innocence, Loher creates a kaleidoscope aesthetic, generating political theater which is what the playwrights aim.

Key words: Political Theater. Epic Theater. Post-Dramatic Aesthetic. Hybrid Theater. Post-modernity. Episodic Drama.
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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