UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Chimena Barros da Gama
Titulo Neo-realismo e poesia: do ideológico ao estético
Orientador(a)
Data 05/03/2010
Resumo A maior finalidade do presente trabalho é abordar a criação poética de dois autores portugueses singulares na coleção Novo Cancioneiro: Carlos de Oliveira e João José Cochofel. Fazendo uma investigação sincrônica, a pesquisa atenta para recursos usados com recorrência nas coletâneas poéticas do grupo neo-realista, delineando uma poética de tons mais circunstanciais e panfletários do que estéticos. Em contrapartida, a tese aponta que as criações de Oliveira e Cochofel são casos diferentes dentro desse contexto. O primeiro, porque reescreveu Turismo, de 1942, preservando somente aquilo que, na primeira edição, era essencialmente lírico (imagens, metáforas, visão sintética do mundo) e eliminando radicalmente seus elementos engagés. A abordagem a essa coletânea tem, pois, dupla função: analisar a adesão do poeta ao grupo de esquerda e sua dissidência e, ao mesmo tempo, apontar os elementos estéticos mais fortes na obra do autor já presentes na coletânea de estréia, e como eles são reaproveitados em uma poesia de recorte distinto daquela ideologicamente comprometida. O estudo da obra de João José Cochofel publicada no Novo Cancioneiro defende que este é um poeta singular e maior no grupo neo-realista, porque sua lírica afasta-se dos elementos existentes em uma espécie de “retórica neo-realista”. A diferença do autor de Sol de agosto está, sobretudo, nos procedimentos líricos por ele utilizados, que dão profundidade aos seus poemas, tornando-os mais universais, em contraponto a um discurso militante e datado.

Palavras – chave: Poesia. Neo-Realismo português. Carlos de Oliveira. João José Cochofel. Novo Cancioneiro.
Tipo Defesa-Doutorado
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