|
|
Aluno(a) |
Camila da Silva Alavarce |
Titulo |
A ironia e suas refrações: um estudo sobre o duplo na paródia e no riso |
Orientador(a) |
|
Data |
18/09/2008 |
Resumo |
O presente trabalho concentra-se no estudo dos discursos caracterizados pela dissonância, mais especificamente, a ironia, a paródia e o riso. Em primeiro lugar, foram estudadas as especificidades de cada uma dessas modalidades e chegou-se à conclusão de que tais discursos são sempre constituídos pela tensão, pelo embate de vozes dissonantes. Em relação à ironia, trata-se de uma categoria que, além de se originar a partir da sobreposição de vozes antagônicas, provoca sensações também contraditórias naqueles que a experimentam, a partir do momento em que ocorre. Embora também reproduza um choque e se configure como resultado de uma diferença de postura entre dois planos, a paródia distancia-se, no presente trabalho, da visão tradicional de canto ridicularizador, funcionando, ao contrário, como uma inscrição de continuidade histórico-literária e atuando na revisão crítica de discursos anteriores. Em relação ao riso, foram privilegiadas as teorias de Schopenhauer, Baudelaire e Jean Paul, já que são estudos que proporcionam uma aproximação estrutural e filosófica entre os fenômenos do riso e os discursos irônicos e paródicos. Desse modo, tal qual a ironia e a paródia, esse riso é também fruto de uma dissonância, instaurando, ao invés da certeza, a possibilidade, em lugar do uníssono, o ambivalente. O estudo dos significativos pontos de contato entre a ironia, a paródia e o riso legitima a relevância do sujeito na decodificação desses discursos caracterizados pela ambigüidade. Assim, o receptor de textos irônicos, paródicos ou marcados pelo riso é valorizado na medida em que é julgado capaz de perceber a dissonância subjacente a esses discursos. Além desse ponto de contato entre as modalidades analisadas o leitor foram traçadas comparações importantes entre a paródia e a ironia romântica e, ainda, entre as categorias objeto deste estudo e a problemática tão convidativa da mímesis. Foram escolhidos três textos para a aplicação dessa teoria: O homem duplicado (2002), de José Saramago, O cavaleiro inexistente (1959), de Ítalo Calvino, e O duplo (1846), de Dostoievski. A seleção das obras guiou-se pela estrutura dissonante dessas narrativas, em cujo bojo se encontram muitas e variadas aplicações estéticas da ironia, da paródia e do riso.
Palavras chave: Ironia. Paródia. Riso. Dissonância. Leitor. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
|
|
|
|
|