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Aluno(a) |
Elisabete Brockelmann de Faria |
Titulo |
Imaginação, devaneio e poesia em narrativas de Corpo de Baile |
Orientador(a) |
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Data |
12/03/2008 |
Resumo |
O trabalho consiste em analisar o vínculo entre poeticidade, imaginação e memória nas narrativas Buriti, Dão-lalalão o devente e A estória de Lélio e Lina de Guimarães Rosa. Para tanto, toma-se como ponto de partida a presença da imaginação e da memória na constituição dos protagonistas masculinos, respectivamente, Miguel, Soropita e Lélio que, no sertão construído pelo escritor, vivenciam singulares experiências, em especial, nos recônditos da imaginação e da memória, geralmente suscitadas pelos relacionamentos com os pares femininos. Como, nas narrativas selecionadas, o devaneio, a fantasia e a memória são, em geral, apresentados poeticamente, investiga-se a similaridade entre certos processos discursivos oriundos da função poética da linguagem e mecanismos observados naqueles procedimentos. Como essa orientação peculiar dos protagonistas para a imaginação e a memória confere tratamento diferenciado ao espaço e ao tempo, o estudo dessas categorias contempla, primeiramente, os ensaios críticos sobre a obra rosiana em geral e sobre as três novelas em particular. Em segundo lugar, toma-se o instrumental teórico da poesia, no qual cabe destacar os textos basilares de Roman Jakobson Lingüística e poética e À procura da essência da linguagem. O estudo da imaginação e da memória como elementos atuantes nas personagens encaminha-nos a obras centradas na simbologia do imaginário, como As estruturas antropológicas do imaginário de G. Durand; ancoradas na filosofia, como as de H. Bergson, Matéria e Memória e Ensaio sobre os dados imediatos da consciência; na relação entre a palavra mítica e a linguagem, como Antropologia filosófica e Linguagem e mito; e de fundo psicanalítico, como A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud de J. Lacan. Estudos sobre o tempo e o espaço também são utilizados, como A poética do espaço de G. Bachelard, A estrutura do espaço artístico de I. Lotman, O tempo e o romance de A. A. Mendilow e O tempo na narrativa de Benedito Nunes. Dessa forma, o trabalho final mostra que a poeticidade das narrativas tem estreita conexão com o modo de ser das personagens, pois, nos elementos que a imaginação fixa ou descarta, no que a memória retém ou esquece, guarda-se a centelha da poesia, diluída entre temporalidades, objetos, seres, lugares e aspirações. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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