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Aluno(a) |
Taís Gonçalves Bernardo |
Titulo |
A presença da fábula, do lirismo e da narrativa em Le Bestiaire ou Cortège d |
Orientador(a) |
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Data |
14/03/2008 |
Resumo |
Os bestiários modernos, de um modo geral, são textos líricos em que os animais são vistos como seres providos de inteligência e sensibilidade, projetam sentimentos e conflitos humanos, às vezes parodiando o estilo moralizador e o conteúdo ingenuamente maravilhoso dos bestiários medievais e produzem efeitos sutilmente humorísticos. Guillaume Apollinaire, leitor de obras medievais, cria suas histórias, recheia-as de lendas e mitos, e os recria mais uma vez, já que estes também não passam de histórias recontadas. Sua estrutura básica é constituída de um título, geralmente o nome do animal, uma imagem feita em xilogravura e o poema. Apollinaire escolheu um gênero literário tradicional, ao qual pertence o bestiário. Esse gênero vem acompanhado das ilustrações que fazem parte de uma longa tradição. É no que consiste o bestiário medieval: ele explica de maneira alegórica a criação e o poder de Deus apresentando as criaturas e interpretando-as, e devido a isso, é considerado um gênero didático. Apollinaire vivenciou em seu bestiário, intitulado Le Bestiaire ou cortège dOrphée e publicado em 1911, a constante dualidade entre o antigo e o moderno, a narrativa e a poesia, o caráter mítico e simbólico, os elementos autobiográficos, a identificação do poeta com a imagem de Orfeu e os temas universais. O fio condutor dos poemas é a figura de Orphée, que é uma espécie de porta-voz do poeta que une os poemas e seus significados são enriquecidos com as gravuras de Raoul Dufy, muitas vezes sem nexo aparente entre elas. As possíveis analogias que se estabelecem entre os animais e suas respectivas lendas e simbologias harmonizam-se com a poesia e as inovações líricas trazidas pelo poeta moderno, dando-lhe, portanto um caráter narrativo. O esforço do poeta em construir uma obra coerente e fragmentada, não se limitou a um simples divertissement poétique pois o conteúdo de suas quadras traz reflexões acerca do próprio fazer poético que permitem ao leitor a constante (re)criação de um verdadeiro cortejo.
Palavras chave: Bestiário. Poesia. Apollinaire. Orphée. Tradição. Modernidade. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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