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Aluno(a) |
Lilian de Oliveira Lino |
Titulo |
Representações de professoras do Ensino Fundamental I acerca da heteronormatividade |
Orientador(a) |
Prof. Dr. Rinaldo Correr |
Data |
29/02/2024 |
Resumo |
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar as Representações Sociais (RS) de professoras da rede municipal de escolas de um município localizado no interior do estado de São Paulo para identificar suas representações acerca da heteronormatividade. A pesquisa parte do pressuposto que a heteronormatividade permeia os espaços escolares, assim como os comportamentos e também as narrativas docentes em relação ao que é considerado fora dos padrões heterossexuais, afetando diretamente o processo formativo dos/as jovens em assuntos referentes as dimensões da sexualidade. Nesse sentido é que se compreende a heteronormatividade como um conjunto de comportamentos e posturas heterossexuais julgadas como única via de aceitação social na qual aqueles considerados fora de seus padrões comportamentais são excluídos e marginalizados. A Teoria das Representações Sociais (TRS) foi usada como eixo teórico para analisar o modo como as professoras compreendem a heteronormatividade e a Análise do Conteúdo, com o auxílio do software WebQDA foi utilizada como metodologia para interpretar e analisar os dados obtidos pela pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, que foi realizada com dezessete professoras de Ensino Fundamental I. Os resultados nos possibilitaram compreender que entre as representações sobre sexualidade existe o predomínio da binaridade de gênero como condutora das relações sociais, ou seja, a heterossexualidade é o fio condutor que determina majoritariamente como devem ser os comportamentos, as identidades e orientações sexuais. Dentre os discursos, também percebemos transformações geracionais de representações sobre sexualidade que apresentam possíveis aberturas, demonstrando que esse tema vem perdendo o rótulo de tabu e impassível de ser debatido. As docentes representaram a heteronormatividade como o padrão heterossexual seguido por nossa sociedade. Suas falas a princípio trouxeram o debate sobre os papéis sociais que são definidos para homens e mulheres, atrelando-o ao fato da mulher na contemporaneidade possuir os mesmos direitos que o homem. Porém, as representações sobre outras identidades e orientações sexuais, de algumas docentes encontram-se ancoradas por dogmas religiosos, tradições familiares e culturais que invisibilizam as minorias. O incômodo de que essas expressões consideradas diferentes venham à público, por serem consideradas exageradas ou inadequadas também são formas de não aceitação presentes nos discursos. Todas essas representações se reverberam no cotidiano escolar, uma vez que são aprendidas, repassadas ou silenciadas nas interações entre professores/as e alunos/as. Todo esse cenário aponta para entraves significativos para que a diversidade sexual seja trabalhada nas escolas. Nesse ponto as docentes divergiram a quem cabe esse papel, na medida em que suas falas expressaram a inexistência de formação continuada na área da educação sexual. As professoras demonstraram insegurança e medo de retaliação, caso precisem trabalhar essa temática, e diante das experiências de sexualidade de alunos/as destacou-se mais uma vez a urgência de formação continuada. Diante do que foi constatado, torna-se indispensável ponderarmos a respeito da formação em educação sexual de professores/as. Por fim, destacamos que a escola deve ser espaço de oportunidades para a problematização, por meio da promoção do diálogo, da escuta e da discussão acerca da construção cultural do gênero e da sexualidade.
Palavras – chave: Representações Sociais; Hetenormatividade; Sexualidade; Professoras; Educação Sexual.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the Social Representations (SR) of female teachers in the municipal school system of a municipality located in the interior of the state of São Paulo to identify their representations about heteronormativity. The research assumes that heteronormativity permeates school spaces, as well as behaviors and teacher narratives regarding what is considered outside heterosexual norms, directly affecting the formative process of young people in matters related to dimensions of sexuality. In this sense, heteronormativity is understood as a set of heterossexual behaviors and attitudes judged as the only socially accepted path, in which those considered outside its behavioral standards are excluded and marginalized. The Theory of Social Representations (TSR) was used as the theoretical framework to analyze how teachers understand heteronormativity. Content Analysis, with the assistance of the WebQDA software, was employed as the methodology to interpret and analyze the data obtained from the research. This is a qualitative and descriptive study conducted with seventeen teachers of Elementary School I. The results allowed us to understand that among the representations of sexuality, there is a predominance of gender binary as a driver of social relations. In other words, heterosexuality is the predominant factor that largely determines behaviors, identities, and sexual orientations. Among the discourses, we also noticed generational transformations of representations about sexuality that show possible openings, indicating that this topic is losing its taboo label and becoming open to discussion. The teachers represented heteronormativity as the heterosexual standard followed by our society. Initially, their statements brought up the debate about social roles defined for men and women, linking it to the fact that women in contemporary times have the same rights as men. However, representations of other identities and sexual orientations by some teachers are anchored in religious dogmas, family traditions, and cultural aspects that invisibilize minorities. Discomfort with these social expressions considered different coming out publicly, seen as exaggerated or inappropriate, is also a form of non-acceptance present in the discourses. All these representations reverberate in daily school life, as they are learned, passed on, or silenced in interactions between teachers and students. This entire scenario points to significant obstacles for sexual diversity to be addressed in schools. At this point, teachers disagreed on who should take on this role, as their statements expressed the lack of continuing education in the area of sexual education. Teachers demonstrated insecurity and fear of retaliation if they needed to address this issue, and in the face of students' experiences of sexuality, the urgency of continuing education was emphasized once again. Given what was found, it is essential to consider the training of teachers in sexual education. Finally, we emphasize that the school should be a space for opportunities for problematization, through the promotion of dialogue, listening, and discussion about the cultural construction of gender and sexuality.
Keywords: Social Representations; Heteronormativity; Sexuality; Teachers; Sexual Education. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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