| 
						
							|  |  
							|  | 
 
		
			| Aluno(a) | Ronaldo Martins Gomes |  
			| Titulo | A comunidade terapêutica no Brasil: práticas, saberes, mitos e ritos |  
			| Orientador(a) | Profª Drª Maria Teresa Miceli Kerbauy |  
			| Data | 26/04/2022 |  
			| Resumo | No Brasil, o consumo de psicoativos é um grave problema de saúde pública, e, no enfrentamento a ele, surgiu, em fins da década de 1960, um tipo de tratamento alternativo
 denominado de comunidade terapêutica. Não é vinculado à medicina, à psiquiatria ou à
 psicologia, articula-se na forma de terapia espiritual (ligada a uma ou mais opções religiosas)
 e terapia material, que é a organização de conjuntos de rotinas diárias, com atividades de
 conservação e manutenção de ambiente rural. Trata-se de uma instituição total, pois concentra
 temporalmente as dimensões de albergagem, trabalho e lazer. Seu fundamento
 teórico-conceitual é o paradigma proibicionista. Esses tratamentos alternativos se
 multiplicaram à sombra do controle estatal, pelo menos até o início do do século XXI, quando
 surgem as primeiras tentativas de regulá-los. Mesmo não tendo base científica, esse
 tratamento foi introduzido no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja orientação vai no sentido
 oposto, o psicossocial, por meio da Portaria nº 3.088/2011. Investigações conduzidas pelo
 Conselho Federal de Psicologia (CFP) e outros órgãos evidenciaram práticas de imposição
 moral/religiosa, castigos físicos, desrespeito aos direitos, etc. Buscamos, então, analisar esse
 tipo de tratamento alternativo por meio de uma revisão bibliográfica narrativa e de uma
 autoetnografia. Estabelecemos como objetivo geral explorar, descrever e explicar o tratamento
 alternativo por meio de uma revisão bibliográfica narrativa, que trata da produção acadêmica
 brasileira no primeiro decênio de inserção desse tipo de tratamento na saúde pública
 (2011-2021). Traçamos como objetivos específicos: (i) descrever o ambiente e o programa de
 atividades que constituem as rotinas diárias, explicitando as funções delas no processo
 terapêutico; e (ii) analisar os fundamentos teórico-conceituais sob os quais se organizam tais
 conjuntos de atividades de rotinas diárias, que é o programa de tratamento propriamente dito.
 Nossos dados descritivos e as análises da autoetnografia referem-se a uma experiência de
 trabalho como educador social entre 2004 e 2010, em uma comunidade terapêutica. Nossa
 perspectiva teórica é a abordagem da Sociologia do Desvio, na particular interpretação do
 sociólogo Howard Saul Becker, com a Teoria da Rotulação Social. Como resultado,
 apresentamos uma contribuição ao debate qualificado sobre o tratamento alternativo na
 comunidade terapêutica para consumidores abusivos de álcool e/ou drogas no Brasil, assim
 como buscamos colaborar para constituir bases de dados e informações que propiciem o
 aperfeiçoamento de processos de monitoração e avaliação desses tratamentos. Procuramos
 também incentivar o fortalecimento e a adoção de abordagens mais democráticas e inclusivas,
 que promovam a cidadania e os direitos humanos nesses ambientes em que acolhimento e
 enclausuramento convivem lado a lado.
 Palavras-chave: Autoetnografia; Consumo abusivo de álcool e/ou drogas; Comunidade
 Terapêutica; Teoria da rotulação social; Sociologia da Droga.
 
 RESUMEN
 En Brasil, el consumo de drogas psicoactivas es un grave problema de salud pública, y frente
 a ello, surgió a fines de la década de 1960 un tipo de tratamiento alternativo denominado
 comunidad terapéutica. No está ligada a la medicina, la psiquiatría o la psicología, se articula
 en forma de terapia espiritual (vinculada a una o más opciones religiosas) y terapia material,
 que es la organización de conjuntos de rutinas diarias, con actividades de conservación y
 mantenimiento rural. medio ambiente en forma de. Es una institución total, ya que concentra
 temporalmente las dimensiones de vivienda, trabajo y ocio. Su fundamento teórico-conceptual
 es el paradigma prohibicionista. Estos tratamientos alternativos se multiplicaron a la sombra
 del control estatal, al menos hasta principios del siglo XXI, cuando aparecieron los primeros
 intentos de regular estos tratamientos. Y aun sin tener base científica, ese tratamiento fue
 introducido en el Sistema Único de Salud (SUS), que orienta por el paradigma opuesto, el
 psicosocial, a través del Decreto 3.088/2011. Investigaciones realizadas por el Consejo
 Federal de Psicología (CFP) y otros organismos demostraron prácticas de imposición
 moral/religiosa; castigo físico, irrespeto a los derechos, etc. Luego buscamos investigar este
 tipo de tratamiento alternativo a través de una revisión narrativa de la literatura y una
 autoetnografía. Establecimos como objetivo general explorar, describir y explicar la
 alternativa de tratamiento a través de una revisión bibliográfica narrativa, sobre la producción
 académica brasileña de la primera década de su inserción en la salud pública (2011-2021).
 Nos planteamos como objetivos específicos: (i) describir el entorno y el programa de
 actividades que constituyen las rutinas diarias, explicando sus funciones en el proceso
 terapéutico y (ii) analizar los fundamentos teórico/conceptuales bajo los cuales se sustentan
 dichos conjuntos de actividades rutinarias. se organizan diariamente, que es el programa de
 tratamiento en sí. Nuestros datos descriptivos y el análisis de la autoetnografía se refieren a
 una experiencia laboral como educadora social entre 2004 y 2010, en una comunidad
 terapéutica. Nuestra perspectiva teórica es el abordaje de la sociología de la desviación, en la
 particular interpretación del sociólogo Howard Saul Becker, con la teoría del Etiquetado
 Social. Como resultado, presentamos una contribución al debate calificado sobre el
 tratamiento alternativo en la comunidad terapéutica para usuarios abusivos de alcohol y/o
 drogas en Brasil, además de contribuir para la creación de bases de datos e informaciones que
 permitan mejorar el seguimiento y la evaluación. procesos de estos tratamientos. También
 buscamos contribuir a incentivar el fortalecimiento y la adopción de enfoques más
 democráticos e inclusivos, que promuevan la ciudadanía y los derechos humanos en estos
 entornos donde conviven la acogida y el encierro.
 Palabras clave: Autoetnografía; Consumo abusivo de alcohol y/o drogas; Comunidad
 Terapéutica; Teoría del etiquetado social; Sociología de las Drogas.
 
 ABSTRACT
 In Brazil, the consumption of psychoactive drugs is a serious public health problem, and in
 the face of it, a type of alternative treatment called therapeutic community emerged in the late
 1960s. It is not linked to medicine, psychiatry or psychology, it is articulated in the form of
 spiritual therapy (linked to one or more religious options) and material therapy, which is the
 organization of sets of daily routines, with conservation and maintenance activities. rural
 environment in the form of. It is a total institution, as it temporarily concentrates the
 dimensions of housing, work and leisure. Its theoretical-conceptual foundation is the
 prohibitionist paradigm. These alternative treatments multiplied in the shadow of state
 control, at least until the beginning of the 21st century, when the first attempts to regulate
 these treatments appeared. And even having no scientific basis, this treatment was introduced
 in the Unified Health System (SUS), which guides by the opposite paradigm, the
 psychosocial, through Ordinance 3.088/2011. Investigations conducted by the Federal Council
 of Psychology (CFP) and other bodies showed practices of moral/religious imposition;
 physical punishment, disrespect for rights, etc. We then seek to investigate this type of
 alternative treatment through a narrative literature review and an autoethnography. We
 established as a general objective to explore, describe and explain the alternative treatment
 through a narrative bibliographic review, on the Brazilian academic production of the first
 decade of its insertion in public health (2011-2021). We set out specific objectives: (i) to
 describe the environment and the program of activities that constitute the daily routines,
 explaining their functions in the therapeutic process and (ii) to analyze the
 theoretical/conceptual foundations under which such sets of routine activities are organized
 daily, which is the treatment program itself. Our descriptive data and the analysis of the
 autoethnography refer to a work experience as a social educator between 2004 and 2010, in a
 therapeutic community. Our theoretical perspective is the approach of the sociology of
 deviance, in the particular interpretation of sociologist Howard Saul Becker, with the theory
 of Social Labeling. As a result, we present a contribution to the qualified debate on alternative
 treatment in the therapeutic community for abusive users of alcohol and/or drugs in Brazil, as
 well as contributing to the creation of databases and information that allow the improvement
 of monitoring and evaluation processes of these treatments. We also seek to contribute to
 encouraging the strengthening and adoption of more democratic and inclusive approaches,
 which promote citizenship and human rights in these environments where reception and
 confinement coexist side by side.
 Keywords: Autoethnography; Abusive consumption of alcohol and/or drugs; Therapeutic
 Community; Social labeling theory; Sociology of Drugs.
 |  
			| Tipo | Defesa-Doutorado |  
			| Texto Completo |  |  
 |  |  
							|  |  |