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Aluno(a) |
Augusto Moreira Magalhães |
Titulo |
Modernidade e emancipação em Jürgen Habermas e Zygmunt Bauman |
Orientador(a) |
Profº Dr Antonio Ianni Segatto |
Data |
11/06/2021 |
Resumo |
Resumo: O presente trabalho tem como objeto o conceito de modernidade a partir das diferentes fundamentações teórico-filosóficas realizadas por Jürgen Habermas e Zygmunt Bauman. Tal perspectiva está inserida em um debate atual das ciências humanas, principalmente nas ciências sociais, sobre a permanência ou o esgotamento da modernidade e suas respectivas implicações para a teoria social. A partir da teoria de Zygmunt Bauman, desenvolveu-se o percurso conceitual que vai de modernidade até a consideração inicial de uma pós-modernidade para depois o autor conceber o conceito de modernidade líquida. Esse percurso é inicialmente concebido como uma modernidade em que a síndrome poder/conhecimento, a afinidade política entre filosofia moderna e Estado moderno, estabelecera uma tarefa autopromulgada de combate à ambivalência do pensamento e da linguagem. A pós-modernidade é inicialmente concebida enquanto uma autocompreensão da modernidade que percebera o fracasso do projeto moderno de planificação da sociedade, de modo que o surgimento do discurso intelectual do intérprete se apresenta como característica de transição ao discurso legislativo da modernidade. Posteriormente, Bauman percebe a mera negatividade do conceito de pós-modernidade e postula o conceito de modernidade líquida, ao perceber a necessidade de formular um conceito de diagnóstico de época capaz de compreender a atualidade em termos de sua própria peculiaridade. Em Jürgen Habermas, a modernidade é considerada um projeto inacabado, visto que, a partir da concepção hegeliana de modernidade, a contemporaneidade ainda retira de si mesma a sua própria normatividade. Habermas também recupera o processo de racionalização ocidental a partir de Weber, de modo a compreender as limitações teóricas que impossibilitaram o autor de conceber um âmbito não restrito ao agir teleológico na modernidade, sendo Weber também de fundamental importância para o desenvolvimento da teoria da modernidade de Habermas, a partir dos conceitos de dissolução das esferas culturais de valor, a duplicidade do processo de racionalização consequente da modernidade, o diagnóstico da ambiguidade do direito, entre outros, que foram de fundamental importância para sua teoria do agir comunicativo. Habermas também recupera em Jauss uma fundamentação teórica adequada para a compreensão de uma consciência estética moderna, assim como recupera em Koselleck fundamentos de uma filosofia da história que o permitam compreender a modernidade como um tempo definitivamente distinto das épocas anteriores. Ademais, busca-se analisar a relação entre as citadas fundamentações e a existência de potenciais crítico-emancipatórios inscritos na modernidade, na teoria de ambos os autores, de modo que em Habermas se constata dois momentos, a saber, a autorreflexão e a democracia deliberativa como momentos distintos de possibilidade de emancipação. Em Bauman, a partir da fundamentação utilizada pelo autor, também se resgata o caráter emancipatório da transformação de sina em destino, num primeiro momento, assim como a transformação dos cidadãos de jure em cidadãos de facto, posteriormente. A presente dissertação é de cunho teórico-conceitual e adota como procedimento a análise bibliográfica.
Palavras – chave: Modernidade. Racionalização. Emancipação. Democracia.
Abstract: The present work has as its object the concept of modernity based on the different theoretical-philosophical foundations carried out by Jürgen Habermas and Zygmunt Bauman. This perspective is part of a current debate in the humanities, mainly in the social sciences, about the permanence or exhaustion of modernity and its respective implications for social theory. Based on the theory of Zygmunt Bauman, it develops the conceptual path that goes from modernity to the initial consideration of postmodernity, and the later conception of the author's liquid modernity. This path is initially conceived as a modernity in which the power/knowledge syndrome, the political affinity between modern philosophy and the modern state, had established a self-proclaimed task of fighting the ambivalence of thought and language. Postmodernity is initially conceived as a self-understanding of modernity that perceived the failure of the modern project of society's planning, so that the emergence of the interpreter's intellectual discourse presents itself as a characteristic of transition from the legislative discourse of modernity. Later, Bauman realizes the mere negativity of the concept of postmodernity and postulates the concept of liquid modernity, realizing the need to formulate a diagnostic concept of the time capable of understanding the present in terms of its own peculiarity. In Jürgen Habermas, modernity is considered an unfinished project, since, based on the Hegelian conception of modernity, contemporaneity still removes its own normativity from itself. Habermas also recovers the process of western rationalization from Weber, in order to understand the theoretical limitations that made it impossible for the author to conceive a social scope not restricted by the teleological action in modernity, being Weber also of fundamental importance for the development of the theory of modernity in Habermas, from the concepts of dissolution of the cultural spheres of value, the duplicity of the consequent rationalization process of modernity, the diagnosis of the ambiguity of law, among others, which were of fundamental importance for his creation of theory of communicative action. Habermas also recovers in Jauss an adequate theoretical foundation for the understanding of a modern aesthetic conscience, as well as recovers in Koselleck the foundations of a philosophy of history that allow him to understand modernity as a time definitely distinct from previous eras. In addition, it seeks to analyze the relationship between the aforementioned foundations and the existence of potential emancipatory critics inscribed in modernity in the theory of both authors, so that in Habermas two moments are verified, namely self-reflection and deliberative democracy, as distinct moments from the possibility of emancipation. In Bauman, based on the rationale used by the author, the emancipatory character of the transformation of contingency as fate into destiny is also rescued, at first, as well as the transformation of de jure citizens into de facto citizens, afterwards. The present dissertation is of a theoretical-conceptual nature and adopts bibliographic analysis as its procedure.
Keywords: Modernity. Rationalization. Emancipation. Democracy. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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