UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Ciências Sociais

Aluno(a) Nara Eliza Marques
Titulo DE CHOCOLAT: UM GRIOT À BRASILEIRA. O mais puro cacau da Bahia contando histórias na República do Café com Leite
Orientador(a) Prof. Dr. DAGOBERTO JOSE FONSECA
Data 17/03/2020
Resumo RESUMO
O final do século XIX e o começo do século XX é um período de intensa e diversa produçãorncultural decorrente das sucessivas mudanças que aconteciam não só no Brasil, mas emrntodo o mundo. Havia um processo de construção e afirmação de identidades e dernreconstrução de hierarquias sociais que havia ruído com a abolição do escravismo. A culturarnpopular, com o seu maior representante na época, que é o Teatro Ligeiro ou o Teatro dernRevistas colocava essas questões em cena, com repertórios cômicos, uso de ferramentasrncomo a música, a oralidade, a dança, os improvisos, os chistes, as anedotas, mas comrninerente caráter crítico e político. O maior expoente dessa manifestação foi a CompanhiarnNegra de Revistas criada por De Chocolat, porém ambos – a Companhia e, principalmente,rnDe Chocolat - foram apagados da história, assim como outras manifestaçõesrncontemporâneas à época, por seu caráter popular. Foi negada sua validade, visto não sernenquadrar nos moldes europeus “reformadores de costumes” liderados por uma eliternintelectual. Todavia a sua importância estava propriamente no uso de ferramentasrncaracterísticas das culturas orais de raiz africana e isso nos dá a possibilidade dernaproximarmos De Chocolat da figura dos tradicionais griots africanos que além de atores,rnbailarinos etc., são os responsáveis pela transmissão do saber sobre “si mesmo” e sobre ornmundo, são mediadores da sociedade para manutenção da cultura e da tradição africanas.rnDe Chocolat desenvolve esse mesmo papel no início do século XX através de suas peças ernimprovisos, com a preponderância da oralidade e o uso do humor, ele apresentava aosrnnegros libertos e às elites brancas, as novas configurações sociais.
Palavras-chave: cultura popular, oralidade, griots, hierarquização cultural

ABSTRACT
The end of the nineteenth century and the beginning of the twentieth century is a period ofrnintense and diverse cultural production resulting from successive changes that took place notrnonly in Brazil, but around the world. There was a process of building and affirming identitiesrnand rebuilding social hierarchies that had broken with the abolition of slavery. Popularrnculture, with its largest representative at the time, which is the Skit Theatre esque or thernTheatre of Magazines, put these issues on the scene, with comedic repertoires, the use ofrntools such as music, orality, dance, improvisations, jokes, anecdotes, but with inherentrncritical and political character. The greatest exponent of this demonstration was the BlackrnCompany of Magazines created by De Chocolat, but both - the Company and especially DernChocolat - had been erased from history, as well as other contemporary manifestations atrnthe time, for its popular character. Its validity was denied because it did not fit the Europeanrn"reformers of the mold" led by an intellectual elite. However its importance was properly tornuse tools characteristic of African oral cultures and this gives us the possibility to bring DernChocolat closer to the traditional figure of African griots, who beyond to actors, dancers, etc.,rnare responsible for transmitting knowledge about “themselves” and about the world, arernmediators of society for the maintenance of culture and African tradition. De Chocolatrndevelops this same role at the beginning of the twentieth century through his plays andrnimprovisations, with the preponderance of orality and the use of humor he presented to thernfreed blacks and white elites the new social configurations.
Keywords: popular culture, orality, griots, cultural hierarchy
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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