UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Ciências Sociais

Aluno(a) Ana Carolina dos Reis Fernandes
Titulo Vozes subalternas: produções de autoria feminina na pós-colonização do Brasil
Orientador(a) Profa. Dra. Lucila Scavone
Data 14/09/2016
Resumo RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar as intersecções entre as categorias gênero, raça e classe na passagem da colonização para a pós-colonização brasileira, através da interpretação de narrativas literárias que deram voz aos sujeitos femininos, até então silenciados pela história e vistos apenas sob a óptica do colonizador, no cenário da produção colonial. Tomamos como aparato teórico desta discussão os estudos pós-coloniais e os estudos de gênero e, considerando a imbricação entre estas duas correntes, partimos do pressuposto de que, durante a construção pós-colonial do Brasil, os sujeitos femininos, até então silenciados pelo discurso histórico, tomam voz através da escrita e narram suas próprias histórias sem a mediação do sujeito colonizador. Selecionamos três textos literários produzidos por mulheres entre os séculos XIX e XX e, através destes escritos, analisaremos os sujeitos das produções e os contextos aos quais se inserem, trazendo mostras das especificidades presentes neste período de transição e ressaltando a importância das categorias raça, classe e gênero para tal análise. Em ordem cronológica, a primeira autora a qual iremos nos referir tornou-se importante referência feminista no Brasil e, na primeira metade do século XIX, traduziu de forma livre um importante tratado sobre o direito das mulheres. Trata-se de Nísia Floresta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto. O segundo trabalho, também escrito no século XIX é, de acordo com Roberto Schwarz “(...) um dos bons livros da literatura brasileira, e não há nada à sua altura em nosso século XIX, se deixarmos de lado Machado de Assis” (SCHWARZ, 1997, p.47). Nos referimos ao diário pessoal de Alice Dayrell Caldeira Brant, escrito entre os anos de 1893 e 1895 e publicado apenas no ano de 1942 sob o título de Minha vida de menina, assinado com o pseudônimo de Helena Morley. A terceira autora cujo trabalho buscamos contemplar encontrase na segunda metade do século XX, contexto de grandes transformações sociais vivenciadas na sociedade brasileira, principalmente no que toca às questões de gênero. Em meio a estas transformações, a antropóloga e ativista do movimento negro, Lélia González, defende uma questão relevante a ser pontuada pelos movimentos de mulheres no Brasil: qual é o lugar da mulher negra nesta sociedade de classes? Embora tenham sido produzidas em diferentes contextos históricos (diferenças que iremos trabalhar ao longo do texto) iremos ressaltar as aproximações e distanciamentos estabelecidos entre estas obras, principalmente no que diz respeito aos protagonismos femininos em uma sociedade em processo de descolonização.

Palavras – chave: Pós-Colonização. Produção Literária. Estudos de Gênero.Vozes Subalternas.


RESUMEN

Este trabajo tiene como objetivo analizar las intersecciones entre las categorías de género, raza y clase en la transición desde la colonización hasta la poscolonización de Brasil, a través de la interpretación de las narraciones literarias que dieron voz a los sujetos femeninos, hasta ahora silenciadas por la historia y que sólo se refleja en virtud la óptica del colonizador, en el escenario de la producción colonial. Tomamos como aparato teórico de esta discusión los estudios poscoloniales y los estudios de género y tenendo em cuenta la imbricación entre estas dos corrientes, suponemos que durante la construcción post-colonial de Brasil, los sujetos femeninos, hasta ahora silenciados por el discurso histórico, adquieren voz a través de la escritura y narran sus propias historias sin la mediación del sujeto colonizador. Seleccionamos tres textos literarios producidos por las mujeres en el siglo XIX y XX y, por estos escritos, vamos a examinar los sujetos de las producciones y los contextos a los que pertenecen, con lo que muestran las características presentes en este período de transición y haciendo hincapié en la importancia de las categorias raza, clase y género para dicho análisis. En orden cronológico, la primera autora al que nos referiremos se hizo referencia feminista importante na y en la primera mitad del siglo XIX traducido libremente un importante tratado sobre los derechos de la mujer. Es Nísia Floresta, seudónimo Dionísia Gonçalves Pinto. El segundo trabajo, también escrito en el siglo XIX, conforme Roberto Schwarz, es "(...) uno de los buenos libros de la literatura brasileña, y no hay nada a su altura en nuestro siglo XIX, si dejar de lado Machado de Assis "(Schwarz, 1997, p.47). Nos referimos al diario personal de Alice Dayrell Caldeira Brant, escrito entre los años 1893 y 1895 y publicado sólo en 1942 bajo el título de Minha vida de menina, firmado con el seudónimo de Helena Morley. La tercera autora cuyo trabajo buscamos contemplar hace presente en la segunda mitad del siglo XX, en un contexto de grandes cambios sociales experimentados en la sociedad brasileña, particularmente con respecto a las cuestiones de género. En medio de estos câmbios, la antropóloga y activista del movimiento negro, Lélia González, aboga por una cuestión relevante para ser puntuada por los movimientos de mujeres en Brasil: ¿cuál es el lugar de las mujeres negras en esta sociedad de clases? A pesar de que se han producido en diferentes contextos históricos (diferencias que vamos a trabajar en todo el texto) destacaremos las similitudes y diferencias que se establecen entre estas producciones, especialmente en relación con los protagonismos de las mujeres en una sociedad en proceso de descolonización.

Palabras-claves: Poscolonización. Producción Literaria. Estudios de Gênero.Vozes Subalternas.
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara