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Aluno(a) |
Edilene Machado Pereira |
Titulo |
A VIVÊNCIA DE MULHERES EM CARGOS EXECUTIVOS EM GRANDES EMPRESAS: UMA ANÁLISE DAS DESIGUALDADES DE GÊNERO E DE RAÇA |
Orientador(a) |
Prof. Dr. DAGOBERTO JOSE FONSECA |
Data |
07/05/2015 |
Resumo |
RESUMO
Esta tese investigou a trajetória ocupacional das mulheres que ascenderam a cargos executivos e as diferentes formas de enfrentamento do racismo institucional e do preconceito de gênero no cotidiano laboral. A presente pesquisa propõe uma abordagem sociológica no intuito de analisar a questão de gênero e o racismo no mundo empresarial, tomando como cenário as cidades de São Paulo e Salvador, visto que são as capitais com maior número de pretas e pardas no território brasileiro. Procuro a partir das trajetórias de executivas pretas, pardas e brancas que ocupam cargos executivos em grandes empresas. Com foco nos cargos diretivos no mundo corporativo de modo a verificar os diferentes caminhos que essas mulheres trilharam para manter ou garantir sua mobilidade profissional. Buscou-se ainda identificar se os fenótipos raciais influenciam, ajudam ou atrapalham na ascensão dentro da carreira profissional. Tendo a violência simbólica como norte teórico, se pretendeu perceber os critérios e exigências adotados na seleção das trabalhadoras para ocupar postos e funções executivas no mercado de trabalho em empresas públicas, privadas e/ou mistas, de São Paulo e Salvador; o que é ser preta, parda, e branca no mundo corporativo e como vivenciam a experiência do racismo. Se buscou dialogar com a literatura sobre discriminação racial e de gênero no Brasil, possibilitando um levantamento histórico das experiências das mulheres brasileiras. Em termos de marco teórico, se trabalhou na perspectiva do feminismo negro num contexto brasileiro, dialogando com as reflexões de escritoras brasileiras e americanas, que foram pioneiras ao trabalhar na intersecção das categorias de raça e gênero e em apontar a ingerência dessas categorias na vida das mulheres negras e brancas, resultando em oportunidades desiguais para umas e outras. Em linhas gerais, constatou-se nas entrevistas que o mundo do trabalho ainda é machista e sexista. O gênero feminino pesa ainda na decisão da liderança da empresa para a escolha dos cargos executivo, porém, as mulheres brancas capitalizam e usufruem ainda do privilégio da branquitude, que possibilita menos barreiras na disputa aos cargos do auto escalão. Prerrogativa que possibilita diminuir a distância entre elas e os homens, algumas não se envolvem com questões raciais visto que não as atingem. As mulheres negra continua sendo desrespeitadas no mercado de trabalho. Além do machismo e sexismo, sofrem o racismo. O “perfil” europeu ainda impera quando se trata de ocupar cargo de executivas. As que conseguem vencer essa barreira enfrentam diariamente a discriminação. Algumas usam a estratégia de “não perceber” o racismo e não questionam as situações vivenciadas de racismo, outras admitem a existência e delatam. As depoentes negras buscam, através de bons resultados na entrega dos produtos, mostrar elevada competência. As desigualdades vividas são atribuídas às questões sociais por algumas das entrevistadas. Ao cruzar gênero e raça a dificuldade aumenta e por isso o número tão pequeno de executivas pretas e pardas. Portanto, o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, iniciativa do Governo Federal, que, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República – SPM/PR e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, é de suma importância para a promoção da igualdade entre mulheres e homens, e com o recorte de raça no mundo do trabalho.
Palavras – chave: Gênero, Raça, Interseccionalidade, violência simbólica. Racismo Institutional, Mulheres pretas, pardas e brancas.
ABSTRACT
This study focuses on the occupational trajectory of women who rose to executive positions and different ways of coping with institutional racism and gender bias in the workplace everyday. This research proposes a sociological approach in order to analyze the issue of gender and racism in the business world, taking as a backdrop the cities of São Paulo and Salvador, as are the capitals with the highest number of black and brown in Brazil. I look from the paths of black, brown and white executives who hold executive positions in large enterprises. Focusing on executive positions in the corporate world in order to check the different ways that these women trailed to maintain or ensure their professional mobility. It sought to further identify whether racial phenotypes influence, help or hinder the rise in the professional career. Having symbolic violence as a theoretical north, was intended to realize the criteria and requirements adopted in the selection of workers to take up posts and executive positions in the labor market in public companies, private and / or mixed in São Paulo and Salvador; what being black, brown, and white in the corporate world and how to live the experience of racism. He sought dialogue with the literature on racial and gender discrimination in Brazil, providing a historical survey of the experiences of Brazilian women. In terms of theoretical framework, we worked from the perspective of black feminism in the Brazilian context, dialogue with the reflections of Brazilian and American writers who were pioneers when working at the intersection of the categories of race and gender and to point out the interference of these categories in the lives of black and white women, resulting in unequal opportunities for one or the other. Generally speaking, it was noted in interviews that the labor market is still macho and sexist. The females still weighs on the company's leadership decision for the choice of executive positions, however, white women capitalize and still enjoy the privilege of whiteness, which allows fewer barriers in the race to self-ranking positions. Prerogative that enables bridge the gap between them and the men, some do not engage in racial issues because the do not reach. The black women continues to be flouted in the labor market. In addition to the machismo and sexism, racism suffer. The "profile" Europe still reigns when it comes to hold office executive. Those who manage to overcome this barrier face daily discrimination. Some use the strategy of "not notice" racism and do not question the experienced situations of racism, others admit the existence and denounce. Black interviewees seek, through good results in the delivery of products, show high competence. The experienced inequalities are attributed to social issues by some of the interviewees. When crossing gender and race difficulty increases and so the so few black and brown executive. Therefore, the Equality of Gender and Race Programme, an initiative of the Federal Government, which, through the Secretariat on Policies for Women of the Presidency of the Republic - SPM / PR and the National Plan of Policies for Women, is of paramount importance to promote equality between women and men, and the race cut in the working world. Keywords: Gender, Race, Intersectionality, symbolic violence. Institutional racism, women black, brown and white. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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