UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Ciências Sociais

Aluno(a) Luciana Meire da Silva
Titulo Decadência e Progresso: uma análise do pensamento de Monteiro Lobato da década de 1910
Orientador(a)
Data 07/05/2003
Resumo Monteiro Lobato (1882 - 1948) foi um intelectual que refletiu sobre a realidade brasileira, que procurou entendê-la abarcando suas especificidades. Desse empenho resultou um longo projeto para a nação que levantou vários problemas sociais para os quais imaginou as soluções mais diversas. Nessa dissertação, realizamos um estudo dos textos escritos por Lobato para o leitor adulto reunidos nos livros Urupês (1918), Cidades Mortas (1919), Problema Vital (1919), Idéias de Jeca Tatu (1919) e Negrinha (1920) todos publicados antes da década de 1920, pertencentes, portanto, à fase inicial daquele projeto. Para tanto, investigamos a literatura voltada para a vida e a obra de Monteiro Lobato, com destaque para as discussões mais vicejantes do período que se insere entre finais do século XIX e início do XX, ou seja, o nacionalismo na cultura, o declínio da produção cafeeira no Vale do Paraíba e sua migração para o Oeste do estado de São Paulo, o problema da mão-de-obra para o plantio do café, a pobreza e precariedade em que viviam os homens pobres rurais, a imigração, a urbanização das idades, a "pátria do bacharelismo". Ao discutir o tema do nacionalismo na cultura a partir de Monteiro Lobato a pesquisa levantou alguns aspectos importantes do panorama social, intelectual e cultural que antecederam o Brasil dos anos de 1920. Lobato fez o entendimento ou a leitura de uma determinada realidade histórico-social brasileira sob um determinado ponto de vista que condiz com sua percepção de classe daquele momento da história do país, ou seja, como a expressão de um determinado segmento social ao qual o autor pertenceu: a dos cafeicultores decadentes do Vale do Paraíba. Procuramos identificar o olhar lançado para a sociedade rural, observando que essa visão, ainda no período que focamos, é ambígua deixando entrever o Brasil de sua época. A propósito, essa ambigüidade, conformada por atraso/progresso, velho/novo, rural/urbano, é uma característica marcante nos textos que analisamos.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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